domingo, 30 de agosto de 2015

DESINTELIGÊNCIA PROGRAMADA



De vez em quando eu tento pensar em algo suficientemente inteligente para escrever e atrair a sua atenção. Mas o que atenção tem a ver com inteligência no final das contas? Nada. Quantas vezes eu fui enganada por ela? A inteligência. E o pior, ela ludibriou minha atenção.  A coisa toda fica mais divertida quando a inteligência se alia ao ego para te fazer de besta.Divertida para eles (ego e adjacências), não para você, que fique claro. A inteligência alimentando o ego, até ele ficar obeso. Ah! que delícia. 

Experimente chamar um inteligente de burro. Vá lá, eu espero...

E aí? Viu que legal? Ele se contorce todo, cospe seu conhecimento intelectual, provando a sua incrível genialidade. E você, seu burro, não se atreva mais a ofendê-lo. Sacode as banhas do conhecimento!

Me diz aí: quanto tempo você já perdeu lendo livros inúteis, só porque aqueles livros eram o que todos os inteligentes deviam ler?

Talvez você seja um escravo da inteligência da mesma forma que aquele outro é um escravo dos bíceps malhados, e sua vizinha é escrava da chapinha. Eu sei que agora você está dizendo: "como ousa me comparar? Pelo menos eu sou útil."

Será? Útil a quem? Útil ao quê? Útil talvez, ainda assim, escravo. Todo escravo é útil para alguma coisa, menos para ele mesmo.

Não quero dizer que é bom ser burro ou ignorante, mas fique esperto. Ou melhor, desperto.

By Grey Fox


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fim dos Tempos


Fim de tarde, a sensação de pré-apocalipse me acompanha. Olhe para o céu pegando fogo e imagino um meteoro cobrindo a cidade. Monstros de tentáculos brotam e engolem carros. Uma onda de conforto morno me invade. O mundo está acabando, sendo consumido por seus próprios fantasmas. Eu estou aqui, no centro de tudo, admirando, não o mundo novo que virá (virá?), mas o fim dos tempos.

Eu sei que o tempo acabou há muito, se é que já existiu. Uma ilusão, mas o que não é? Eu sei que não é o tempo que se acaba, mas eu. Essa pequena raposa cinza sente a chama que a consome da ponta da cauda e sobe. Talvez eu seja mais um dos monstros a engolir os carros. O meu monstro. 

Eu estou me consumindo, e logo só restarão cinzas, e logo não restará. É agora difícil colocar em palavras esse puro contentamento. 






By Gray Fox


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Fui ali mas volto já (não fui comprar maracujá)

Estou por aí observando uns pintinhos.
Volto logo.
Mas não me esperem.

As outras raposas estão em dimensões paralelas no momento e não me deram o ar da suas graças, então não posso falar por elas.