segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

RED RED RED

Um cão velho tenta uivar não muito longe daqui. Eu fico quieta e farejo o ar. Ele, como que percebendo o meu interesse, se cala. Eu estou escondida atrás das moitas, dos muros, dos jardins. Espreito, porque só me resta espreitar nessa cidade morta, cheia de gente, de mortos tentando se passar por vivos, e cara, como eles festejam!

Nunca vi tanta gente festejar por estar na merda. A banalidade da merda. É tanta merda que nem parece que é merda. Você chama isso apenas de vida.  Mas o que sei eu? Uma velha raposa rabugenta com sede de sangue e fúria. Eu só penso em correr daqui e encontrar uma porta de saída o mais rápido possível. Mas ela não está lá, não é? Ao invés disso, eu, tal qual Moisés, tenho que abrir o mar da merda se quiser sair daqui


By Red fox

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